sexta-feira, 9 de setembro de 2011

POR QUE O POVO NÃO VAI ÀS RUAS DEMONSTRAR A SUA INDGNAÇÃO?

"Se a liberdade e a democracia não são termos equivalentes, certamente são complementares: sem liberdade a democracia é despotismo; já a democracia sem liberdade é uma ilusão".

Octávio Paz



 "O despotismo perpetua a ignorância e a ignorância perpetua o despotismo".

Anne  Robert Turgot



Fato incontestável na política brasileira: a corrupção está instalada no Governo do PT, acompanhada, até mesmo, segundo o que foi noticiado pela Revista Veja, pela existência de um "Governo  Paralelo" comandado por José Dirceu, instalado em um hotel de Brasília e freqüentado por  parlamentares do PT e também por Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio, e por José Sergio Gabrielli, Presidente da Petrobras. Acrescenta-se a isso o fato de, em apenas seis meses de governo, a Presidente Dilma ter sido obrigada a demitir dois ministros, Antônio Palocci, uma espécie de primeiro  ministro, e Alfredo Nascimento, dos Transportes, ambos caídos sobre os escombros da corrupção política.

Pelo exposto, me intriga constatar que, a despeito de todas essas evidências, a população brasileira permanece indiferente e sem nenhum sentimento de indignação. Segundo os sociólogos, criou-se no país uma verdadeira cultura de que "todos são ladrões" e que ninguém vai para prisão. Será que é por isso que, entre nós, não existe o fenômeno em moda no mundo, o "movimento dos indignados"? Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam?

Já foi dito que não existe movimento popular espontâneo, que "o povo na rua será sempre o povo na rua, mas mobilizado por alguém". Na chamada "Primavera Árabe", será que alguém convocou os povos Árabes a se sublevarem contra as ditaduras que os oprimiam e outras que ainda os oprimem, cujos ditadores já respondem e outros que ainda deverão responder por crimes contra a humanidade? 

Ao que parece, o povo brasileiro foi privatizado pelo PT e por esse motivo não está nas ruas, nas praças, protestando contra a corrupção instalada no país por esse partido. No Brasil, as esquerdas e os petistas em particular, desde a redemocratização, têm uma espécie de monopólio das ruas e das praças. Disse Castro Alves: "A praça é do povo como o  céu é do condor". Disse Lula: " A praça é do povo como o povo é do PT".

O povo não está na rua porque o PT compra tudo. O MST é comprado com dinheiro que é repassado a ele, não necessariamente para fazer a reforma agrária, mas para manter ativo o aparelho político. Os estudantes não estão nas ruas porque estão empenhados em seus protestos a favor do governo. Será que existe outro país do mundo em que se fazem protesto a favor do governo? Talvez na Cuba dos irmão Castro, ou na tirania da Síria. E no Brasil.

Por que? Porque, segundo uma matéria publicada pela Revista Veja, "a UNE (União Nacional dos Estudantes) é hoje uma repartição pública alimentada com milhões de reais pelo lulopetismo”, que  "foi comprada pelo Governo por quase R$ 50 milhões".

Lembro que, durante o mensalão, várias entidades de classe, inclusive a UNE, estavam entre as entidades que qualificaram o movimento contrário como "golpe da mídia" e ainda saíram em defesa de Delúbio Soares, José Dirceu, Marcos Valério e companhia.

Em um passado não muito distante, no governo FHC, a CUT e o PT foram às ruas contra o Plano Real; contra a Lei de responsabilidade Fiscal; contra as privatizações; e todas essas medidas foram boas e importante para o país.

E onde estão hoje a CUT e as Centrais Sindicais? Penduradas no poder. Boa parte do governo Lula e agora, do governo Dilma, vem do sindicalismo, inclusive o ministro que é âncora dupla da atual gestão: Paulo Bernardo, das Comunicações, casado Gleisi Hoffman, da Casa Civil.

 O MST, a UNE e os Sindicatos não estão nas ruas contra a corrupção porque são sócios muito bem remunerados dessa corrupção. E, se necessário for, fornecem a mão de obrademandada pelo serviço sujo do governo do PT.

Os únicos movimentos de rua existentes hoje em nosso país são a marcha do Evangélicos e as paradas gays. 

Onde estão as entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o Judiciário, o Ministério Público, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que dias atrás deu uma nota tímida contra corrupção? E a mídia, que se limita apenas noticiar os fatos?

Ao longo de quase nove anos de poder petista, observa-se uma sociedade brasileira mais fraca e um Estado mais forte. Onde está a fibra do brasileiro? Será que nos tornamos um povo desfibrado? Ou fomos contaminados pela gestão do governo petista, caracterizada pela falta de valores?

Será preciso que o mito Lula morra para que o Brasil contemporâneo possa crescer. Ou, então, que Lula desencarne da presidência, usando termo de sua predileção. Seja qual for o caminho, algo precisa mudar na gestão política desse país, para que o Brasil também mude, se mova e volte a caminhar com passos firmes e livres da ditadura de um partido



Tarcísio Brandão de Vilhena